Setembro Amarelo: uma campanha de prevenção ao suicídio

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Setembro Amarelo é um mês dedicado à conscientização sobre a prevenção do suicídio, começando em homenagem a Mike Emme, um jovem americano de 17 anos que, em 1994, cometeu suicídio. Mike era conhecido como “Mustang Mike” por ter restaurado um automóvel Mustang 68, que pintou de amarelo. Durante seu velório, seus familiares distribuíram cartões de agradecimento envolvidos em fitas amarelas, marcando o início da campanha. Desde então, Setembro Amarelo se tornou um esforço crucial para informar e orientar a população sobre a prevenção do suicídio. O Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, celebrado em 10 de setembro, é uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Criação da campanha no Brasil

No Brasil, a campanha foi criada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). É alarmante saber que, anualmente, cerca de 1 milhão de pessoas cometem suicídio em todo o mundo, incluindo aproximadamente 15 mil brasileiros, segundo dados da OMS.

Dados importantes sobre suicídio no Brasil

  • A cada 100 pessoas, 17 apresentam pensamentos suicidas, 5 possuem planos, 3 tentativas e 1 é atendida em um pronto-socorro.
  • O suicídio, embora presente em todas as culturas ao longo da história, ainda é visto como um tabu, gerando vergonha e medo.
  • Trata-se de uma questão multifatorial, influenciada por aspectos psicológicos, biológicos, culturais e socioambientais. O suicídio normalmente resulta de um processo complexo de sofrimento psíquico, sendo que uma tentativa anterior é um dos principais fatores de risco.

Desmistificando erros e preconceitos sobre suicídio

“O suicídio é uma decisão individual.” Falso! O suicídio está frequentemente ligado a doenças mentais que afetam o livre arbítrio da pessoa.

“Pensar em suicídio é um risco apenas temporário.” Falso! Pensamentos suicidas podem ser tratados e, com o tratamento adequado, a pessoa pode superar esse risco.

“Aqueles que ameaçam querem apenas chamar a atenção.” Falso! Muitas pessoas expressam seu desejo de morrer de maneira clara por dias ou semanas.

“Se a pessoa se sente melhor, significa que superou o problema.” Falso! A aparente melhora pode ser um sinal de que a pessoa tomou a decisão de se suicidar.

“Falar sobre suicídio aumenta os casos.” Falso! Conversar sobre o tema pode aliviar a angústia e a tensão associadas a esses pensamentos.

“O silêncio da mídia é a melhor abordagem.” Falso! A mídia tem a responsabilidade social de informar e discutir abertamente sobre o suicídio, promovendo a busca por ajuda.

Principais fatores de risco

Dentre os principais fatores que consideramos de risco, temos as tentativas prévias de suicídio, doenças mentais não tratadas, sentimentos de desesperança e impulsividade, idade, com atenção especial à população jovem e idosos, gênero, com homens apresentando maior taxa de sucesso em tentativas, doenças graves, como câncer e HIV e fatores sociais, como solidão e desemprego.

Fatores protetores

Por se tratar de um tema tão relevante, listamos aqui fatores protetores que podem salvar vidas!

  • Autoestima e bom suporte familiar.
  • Laços sociais positivos com amigos e familiares.
  • Religiosidade e espiritualidade.
  • Projetos de vida e razões para viver.
  • Ausência de doenças mentais.
  • Emprego e presença de crianças ao redor.
  • Senso de responsabilidade e acesso a serviços de saúde.

Em suas palavras, Christian Dunker, em “Uma Biografia da Depressão”, destaca a importância de escutar e acolher aqueles que enfrentam sentimentos de irrelevância e autodesvalorização, que frequentemente induzem ao suicídio.

Este texto foi redigido por Isabel Cristina Borges, psicóloga da Clínica Multimed (CRP 12/01890), com base na Cartilha de Prevenção ao Suicídio desenvolvida pelo CFM.

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