Um estudo inovador conduzido pela USP apontou uma ligação significativa entre a composição da microbiota intestinal e o nível de sintomas depressivos em gestantes. A pesquisa, publicada pelo Brazilian Journal of Psychiatry, analisou 34 gestantes e revelou que alterações nos microrganismos intestinais estão relacionadas à intensidade da depressão durante a gravidez.
O que é a microbiota intestinal e o eixo intestino‑cérebro?
A microbiota intestinal é composta por trilhões de microrganismos que influenciam vários aspectos da nossa saúde, inclusive a regulação emocional. A relação entre o intestino e o cérebro — chamada de eixo intestino‑cérebro — envolve comunicação por meio de neurotransmissores, hormônios e sinais inflamatórios
O que o estudo mostrou?
O estudo trouxe dois revelous em suma dois ponstos cruciais:
- Gestantes com sintomas depressivos mais intensos apresentavam níveis elevados de enterobactérias, microrganismos associados à inflamação e modulação de neurotransmissores.
- Após encaminhamento para atendimento psiquiátrico e melhora clínica, observou-se um aumento de bifidobactérias, conhecidas por seus efeitos benéficos à saúde intestinal.
Essa é a primeira pesquisa brasileira nesse tema, reforçando a importância do eixo intestino‑cérebro durante o período da gestação.
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Por que isso é importante durante a gravidez?
- A depressão gestacional pode afetar até 20% das gestantes e está associada a desfechos adversos, como prematuridade e retardo no desenvolvimento fetal
- Alterações na microbiota podem agravar sintomas emocionais e até influenciar a microbiota do recém-nascido
- Monitorar a saúde intestinal pode ser uma estratégia adicional na prevenção de depressão pré-natal e pós-parto
Quais são as implicações práticas?
- Durante o pré-natal, além da Escala de Depressão de Edimburgo, a avaliação da microbiota pode auxiliar na identificação precoce de sintomas psiquiátricos.
- Estratégias nutricionais como aumentar a ingestão de fibras, probióticos e prebióticos podem favorecer o equilíbrio intestinal e, potencialmente, melhorar o humor.
- Abordagens integradas, contemplando psiquiatria, nutrição e gastroenterologia, são fundamentais para cuidar da gestante de forma completa.
O que você pode fazer hoje?
- Se identificou sintomas como tristeza persistente, falta de apetite ou insônia na gravidez, converse com seu obstetra.
- Adote uma dieta balanceada, rica em fibras e alimentos fermentados, pois eles ajudam a equilibrar a microbiota.
- Considere o uso consciente de probióticos, sempre com orientação médica.
- Procure apoio psicológico ou psiquiátrico — depressão na gravidez é uma doença que merece atenção e tratamento, não culpa.
- Consulte profissionais especializados para integrar cuidados emocionais e saúde intestinal durante o pré-natal.
Este estudo reforça a importância do eixo microbiota-intestino-cérebro na saúde mental das gestantes, indicando que a depressão na gravidez pode refletir alterações na composição da flora intestinal. Estratégias nutricionais e um acompanhamento profissional integrado podem ser decisivos para uma gestação saudável — emocional e fisicamente. Conheça nossos profissionais e agende uma consulta na clinica MultiMed.